Às vezes, a mais genial das ações, com a melhor das intenções, falha por um triz. Como diz o provérbio, o Diabo mora nos detalhes!
Lembrei de uma história de uns 10 anos atrás. A hoje Senadora Kátia Abreu era presidente da CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Visionária, estava numa cruzada para modernizar e levar a internet para o campo.
(Aliás, também estava na cruzada para aumentar a consciência ambiental no meio rural: enquanto recebia o Troféu Motosserra, ela andava o Brasil pregando Desmatamento Zero e conservação de Biomas, mas isso quase ninguém noticiava).
Enfim, nem que fosse na marra, o campo ia se comunicar!
Foi assim que providenciou para dirigentes sindicais um Pacote Conexão: Blackberry conectado à Claro. Talvez você, jovem, não conheça, mas Blackberry foi o precursor dos smartphones. Febre nos anos 2000. Tipo iPhone hoje.
O presidente do Sindicato Rural de Erechim era um dos líderes da suinocultura em meu Estado e um dos mais queridos que recebeu o Katiafone – sim, o gadget logo ganhou o apelido. Problema: As teclinhas do Blackberry eram do tamanho de um grão de gergelim; o dedo de meu amigo tinha a grossura de uma ameixa madura. O mundo inteiro cobiçava aquele telefone, mas meu amigo suinocultor nunca conseguiu teclar o ABC no teclado do aparelho. Pior: Claro, aqui em meu Estado, o RS, até hoje só pega nas cidades. Quem vive pra fora sabe que a cobertura da Vivo é mais ampla no campo.
Sim, o Kátiafone foi um desastre.
Conclusão da história:
> Kátia Abreu era muito mais progressista que você pensava;
> A Blackberry desapareceu;
> Design de experiência é o termo da moda!
Sebastião Ribeiro é Sócio-Fundador na Cartola – Agência de Conteúdo